Há cem anos atrás desembarcavam no porto de Santos a primeira leva de imigrantes japoneses que vieram ao Brasil em busca de um futuro melhor. O que se ouvia por lá é que o Braisl era um país onde a fartura reinava, onde o ouro crescia em árvores. Em parte, isso era verdade. Comparado com os tempos difíceis que os japoneses viviam... havia fartura sim, mas de trabalho nas lavouras de café, a tal planta que dava ouro. E foi assim, com muito trabalho que a história dos imigrantes japoneses começou.
Meus avós maternos chegaram aqui em agosto de 1925, os paternos em fevereiro de 1931.
Sinto não poder contar muita coisa da história deles, como foi a chegada, a adaptação, o trabalho na lavoura. Sinto muito mesmo, por não ter me interessado em perguntar enquanto ainda havia alguém aqui que podia me responder...
Eu fiz o caminho inverso, fui trabalhar no Japão como dekasegui e vivi lá por 8 anos. Eu fui de avião, matava a saudade pela webcam, fazia compras em mercados brasileiros. Sofri com o choque cultural e com a saudade, mas imagino que não passei por um décimo do que eles passaram quando chegaram aqui, depois de meses de viagem de navio, sem saber o que esperava por eles.
Hoje eu sei, que mesmo com essa cara de japonesa, eu sou brsileira. Meu coração é brasileiro e isso não vai mudar nunca. Mas eu sei também que sempre vai ter um pedacinho dele batendo pelo Japão. Seja pelo tempo que eu morei lá, seja pela saudade de meus avós, eu nunca conseguirei separar os dois países. Dentro de mim sempre vai haver um espacinho pra cada um.
Masayo Nabera e Tsunematsu Nabera
Take Ouchi e Toyosuke Ouchi
*Clique nas imagens para ampliar.
0 comentários:
Postar um comentário