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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Imagine uma mulher grávida que não quer o filho, mas também não quer abortar. Que opção uma mulher nessas condições tem no Brasil?

A gente sabe de toda a burocracia que é pra se adotar uma criança (pelo bem da própria criança), mas como são os trâmites pra se entregar uma criança para adoção?

Por que isso é tão mal visto no Brasil?

Nos EUA (apenas pelo que vejo pelos filmes e seriados, não sei se na vida real é assim mesmo) parece ser mais simples. Não só quanto à burocracia, mas quanto à aceitação da sociedade. Sei que existem ONGs e até agências privadas que intermediam o processo, ainda durante a gravidez e que isso é uma opção natural para quem não quer um filho e acabou grávida. Lembram como é que os gêmeos da Monica e do Chandler de Friends vão parar na vida deles? Ou de como a bebê da Quinn é adotada pela mãe biológica da Rachel em Glee?

Veja bem, o que discuto aqui não é a irresponsabilidade de se engravidar sem planejamento, mas o que a mulher pode fazer quando isso acontece. É tão difícil apoiar ao invés de criticar?

Outro dia, em uma conversa furtada, ouvi uma mulher dizendo: "Ela ia dar o bebê, mas eu a convenci de que filho não é bicho pra se dar. Se é seu, você tem que cuidar."

É óbvio que se o filho é seu, você tem que cuidar, mas será que uma mulher que já havia se decidido por "dar" a criança vai ter condições de cuidar desse filho? Não só financeiramente, mas será que ela vai estar emocionalmente preparada pra aceitar essa criança?

Em Botucatu uma mulher preferiu fingir que havia encontrado um bebê no lixo pra poder entregar a criança para adoção. Não quero defendê-la, ou o que quer que seja, mas dá pra imaginar a que ponto chega o medo de ser julgada por não querer o filho? Não só ela, mas todas essas mulheres que abandonam os filhos em lixeiras, na porta das casas, em terrenos baldios. Seria muito mais simples e seguro se essas mulheres pudessem abrir mão de seus filhos sem serem questionadas e julgadas.

Não estou pedindo a volta da roda de orfanato, mas um pouco mais de apoio pra essas mulheres e principalmente pra essas crianças. O que não falta são pais adotivos esperando por eles.
 
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